O TEATRON DOS SENTIDOS

 

Um laboratório a partir das metodologias Suzuki e Viewpoints, investigadas como complementares. Partindo da ideia grega de “teatron”, o lugar de onde se vê, vamos explorar como o performer é o primeiro espectador do mundo que o rodeia. Não só pela relação clássica que estabelece entre o seu foco e uma ficção, como pela relação contemporânea, em que cada um de nós é um ponto de vista em permanente movimento, com o mundo. As duas metodologias servem para investigar a tensão entre o corpo quotidiano e extra-quotidiano, a continuidade entre o movimento e a fala.

As cinco sessões, serão divididas metade numa prática e outra metade na outra, como dois caminhos opostos, mas complementares, para trabalhar o mesmo corpo de escuta e reação. Ambas recorrem a uma prática de fazer e observar, voltando ao lugar do espectador-testemunho para compreender de outro ponto de vista o exercício. Ambas recorrem também a momentos de exploração pessoal e momentos de trabalho sobre a escuta do grupo.

O Método Suzuki, foi desenvolvido pelo encenador Tadashi Suzuki, no Japão, nos anos 60, a partir de várias disciplinas e exercícios clássicos, que vão do Samurai, ao teatro Noh e Kabuki, à dança Kathakali e ao ballet. Desenvolve o enraizamento, o foco, a fisicalidade da voz, a relação com a ficção. Apelidado de “gramática dos pés”, cria um alfabeto de caminhadas e movimentos para reconstruir o foco vertical, desafiando a energia horizontal, seja ela respiração, gesto, fala ou ficção.

Os Viewpoints são uma linguagem articulada no campo da dança, nos EUA, pela coreógrafa Mary Overlie e adaptada por Anne Bogart para o teatro. Usa os princípios da composição cénica, divididos em tempo e espaço, como princípios de improvisação. Criada no contexto multidisciplinar do Judson Church Theatre, em Nova Iorque, nos anos 60, permite a um coletivo desenvolver agilidade e escuta na hora de articular vários materiais para a composição cénica.

Biografia JOANA PUPO

INSCRIÇÕES